But, hum...

Sim, eu admito, custa.
Custa saber que já foste tanto e agora já não és nada, ou melhor, és, és a pessoa que eu sinto a falta todos os dias, que eu relembro os momentos e as conversas que já tivemos com imensas saudades do que fomos.
Afastámo-nos e porquê? Não sei, a sério que não, eras a pessoa que eu “chamava” de irmã e quando me perguntavam quem era o meu ídolo eu respondia sempre com a maior certeza que eras tu, mas agora, agora eu já nem sei…
Parece que já nem te conheço e tu, tu és a única que me conhece, ou conhecia desde que nasci e agora?
Antes eras tu que me perguntavas sempre se queria ficar a dormir em tua casa, eras tu que falavas comigo como se fosse alguém da tua turma, que me ouvias e me davas conselhos, eras tu quem me perguntava se queria ir dar uma volta para não ficarmos fechadas em casa o dia inteiro, contavas-me tudo e eu a ti, mas e agora?
Agora, agora já não falamos, mando mensagem, não respondes, facebook nem se fala, estou contigo parece que estou sozinha, isto é, quando estou contigo.
Sabes uma coisa? Só queria que voltasses pelo menos a falar comigo.
Eu sei, sou apenas uma pita comparada contigo, sou aquela pessoa que não se veste bem, gorda e feia que te envergonha cada vez que tens de dizer “é a minha prima”, eu sei que sou a última pessoa com quem queres estar ou falar… Mas, custa.
Tudo mudou e eu nem sei o porquê, irrita, mas a sério que não sei…
“Também não sabes nada” – pois…
Será que algum dia vou ter coragem para te mostrar isto? Ou até mesmo para te dizer tudo isto? Será?

And ... That's it

“Talvez um dia…”, quantas vezes já não ouviste essa frase e apesar de um dia ser muito relativo tu encheste-te de esperança?
 Eu já não acredito nessa frase… E esperança, o que é isso?
 A verdade é que eu já não sei, já não sei nada mesmo…
“Quem sou eu e o que faço aqui”, mais uma frase escrita (por acaso foi por a pessoa que eu mais admiro que escreveu), mas aposto que a maior parte das pessoas já pensou nisso, talvez não com as palavras exactas mas já…
 No entanto, há sempre aquela pessoa que nos abre os olhos, que nos acorda para a vida e nos faz perceber que nem tudo é assim tão escuro conforme nós pensávamos que era… A isso, chama-se um verdadeiro amigo.
 Tenho de começar a perceber que nem tudo é tão mau quanto eu penso que é e que mesmo que nada pareça bem, que já não há soluções para nada (…), a verdade é que há sempre uma solução para tudo.
“ I don’t wanna be someone who walks away so easily, i’m here to make the difference that i can make! (...) I Had to learn what I got, and what i am and who i’m not. “

Maybe ?

Eu bem tento fingir que as bocas que a mandam não me afectam, tento ser superior e não ligar ao que as pessoas pensam de mim, eu bem tento mas simplesmente não o consigo fazer.
Custa-me olhar para o espelho todos os dias, custa-me ver o corpo que tenho e tentar mudá-lo mas isso não é o suficiente...
Digo que odeio tirar fotos mas essa é uma das minhas paixões. O que eu odeio é vê-las, porque sei que se fosse diferente, já as coisas não eram bem assim...
Bem, se eu fosse diferente a minha vida seria completamente diferente...
Mas não sou, e a verdade é que magoa olhar à minha volta e ver pessoas que são tudo o que eu queria ser, mas como é que elas conseguem ser assim?
Dou voltas e voltas à cabeça e não consigo perceber.
Há pessoas que me perguntam porque é que eu não saio do meu mundo e cresço no mundo real... É simplesmente por isto, porque se acordar para a vida vou-me magoar tanto...
Nunca fui muito fã de bonecas tipo a barbie e isso, mas são tão perfeitas, já reparaste?
O pior mesmo é saber isto tudo e ainda me dizerem, pessoas que nunca me dirigiram a palavra... Prefiro que sejam sinceros obviamente, mas, epá, magoa.
Porque não consigo mudar? Os outros conseguem e eu não porquê? Sou assim tão inútil? Juro, eu quero tanto entender...
 Perfeição é o que tento alcançar já há algum tempo, mas nunca estive nem perto dela.
É difícil quando temos mais em que pensar, mais para ultrapassar e não nos conseguimos esquecer desta "vergonha" de nós próprios que nos persegue a cada passo que damos e quando isto nos sai da cabeça e estamos minimamente bem, acontece sempre algo, ou melhor, alguém diz sempre alguma coisa.
"Se mudar é por mim e não pelos outros." foi esta a frase que sempre disse e continuo a dizer, mas eu nem por mim consigo mudar.
Os meus amigos dizem para não o fazer, que não é só o aspecto que conta e eu sei que eles têm razão, mas tu sabes que todos nós escolhemos um caderno pela capa...
O teu "eu" não é só o teu interior mas também o teu exterior, e é o exterior que todos vêem, que tu vês.
Eu sei que quem olha para mim não consegue acreditar que eu ligo à aparência mas a verdade é que ligo e muito, só não o demonstro porque não posso, mas lá está, é aquela frase "nem tudo o que parece,é."
Talvez um dia eu consiga ser o que sempre quis ser, talvez um dia deixe o passado no passado e atinja todos os meus objectivos...
Exacto, talvez...

The wake up...

 Eu sabia que algum dia tinha de acordar para a realidade, sabia que algum dia teria de sair deste “mundo imaginário” em que vivo, ou vivia…
 Mas de certa forma, não queria que fosse já.
 Eu sei, tudo acontece por alguma razão, mas consegues-me explicar qual? É que quando nada faz sentido, não queremos acordar deste nosso sonho em que de certa forma vivemos.
 Não sei explicar, é aquela sensação que se despertar-mos nos vamos magoar demasiado para conseguir voltar ao nosso sonho.
 E agora? Eu já despertei, e agora o que vou fazer? Eu não encaixo neste mundo, aqui é que não sirvo mesmo para nada…
 Porque simplesmente não segui em frente sem olhar para trás e tive de me magoar mais uma vez?
 Não sei até que ponto é que não foi melhor assim, não sei até que ponto é que não foi melhor eu sair desta ilusão em que estava a viver, antes que fosse tarde demais…
 Não posso me deixar ir abaixo, eu sei que não, principalmente por causa de algo tão “insignificante” mas é difícil sabes, é difícil quando algo se torna importante demais…
 Mas tem de ser não é? Não posso mais olhar para aquela foto e começar a chorar ou fazer de tudo para conter as lágrimas… Eu sei que não mas é difícil…
 Quero voltar ao meu pequeno mundo, ao meu “sonho”, mas, será que agora é possível?
 Já não sei de nada…